Pesquisadores acompanharam 112 mil pessoas em 20 anos nos EUA.
Cafeína também poderia ter ação contra diabetes tipo 2 e Parkinson.
Dois estudos feitos durante 20 anos por cientistas da Universidade de Harvard, nos EUA, revelam que o consumo regular de café pode diminuir os riscos de um tipo comum de câncer de pele entre os americanos, chamado carcinoma basocelular.
Os resultados desses levantamentos com mais de 112 mil pessoas estão publicados na revista "Cancer Research", da Associação Americana para Pesquisa do Câncer. E o café teria, ainda, efeitos positivos contra a diabetes tipo 2 e o Parkinson.
Os pesquisadores identificaram que os voluntários que bebiam uma média de três xícaras de café por dia tinham uma menor tendência à doença. Em mulheres, a incidência caiu 28% e em homens, 10%. Ao todo, 22.786 pessoas desenvolveram carcinoma basocelular em duas décadas.
O consumo de café descafeinado, porém, não apresentou as mesmas vantagens, razão pela qual os médicos concluíram que a cafeína é provavelmente a responsável pela proteção contra o câncer de pele. Nesse caso, alguns chás, chocolate e refrigerantes à base de cola também poderiam trazer benefícios.
O carcinoma basocelular tem crescimento lento e é um sério problema para o sistema de saúde americano. Nas outras formas de tumor de pele, como o carcinoma de células escamosas (espinocelular) e o melanoma – forma mais letal –, não foram encontradas associações com o consumo de café. Nos estudos, foram registrados 1.953 casos de carcinoma de células escamosas e 741 de melanoma.
Segundo o professor Jiali Han, que participou do trabalho, aumentar a ingestão diária de café baseando-se apenas nesses dados, porém, pode não ser a solução. Mas ele também acredita que fazer pequenas mudanças na dieta pode ter um impacto positivo sobre a saúde pública.
O pesquisador ressalta que mais estudos em animais e em diferentes grupos populacionais precisam ser feitos para que esse mecanimo de ação do café sobre a formação do carcinoma fique mais claro.
E o acompanhamento de Harvard vai continuar. De acordo com Han, o número de casos deve aumentar ao longo do tempo. Em dez anos, o pesquisador prevê que os resultados sejam ainda mais satisfatórios.
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