sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fibrose Cística!


A fibrose cística, ou mucoviscidose, é uma desordem congênita que gera nos doentes a produção abundante de secreções epiteliais. A grande quantidade de muco produzida pode gerar disfunções pulmonares, digestivas e prejudicar a produção de enzimas, o balanço eletrolítico e a absorção de nutrientes. Além disso, os pacientes costumam ter o metabolismo mais acelerado. Tais necessidades, se não atendidas geram a desnutrição. 
A maior parte dos pacientes morrem em decorrência de doença pulmonar obstrutiva crônica ou parada cardiorespiratória resultante dos danos causados nestes órgãos. Por isto, o tratamento inclui tratamentos respiratórios e antibioticoterapia. Como o mesmo muco que prejudica o funcionamento das vias aéreas também pode obstruir os ductos pancreáticos, disfunções digestórias podem ocorrer. Neste caso, o uso de enzimas digestivas antes das refeições são recomendados. Além disso, recomenda-se a suplementação de vitaminas lipossolúveis. Para os indivíduos que não conseguem atingir a recomendação calórica (aumentada em 20 a 50%), produtos hipercalóricos e/ou hiperprotéicos podem ser a solução. Os pais também precisam aprender a preparar lanches e refeições mais calóricas, ricos em gorduras boas (monoinsaturadas e fontes de ômega-3) assim como incluir lanches extras no cardápio. 
Fonte da imagem: http://www.nhlbi.nih.gov/health/dci/images/cysticfibrosis01.jpg
Andreia Torres 
Nutricionista
CRN 1685-1
www.andreiatorres.blogspot.com

Fibrose cística, ou mucoviscidose, é uma doença genética que se manifesta em ambos os sexos. O gene defeituoso é transmitido pelo pai e pela mãe (embora nenhum dos dois manifeste a doença) e é responsável pela alteração no transporte de íons através das membranas das células. Isso compromete o funcionamento das glândulas exócrinas que produzem substâncias (muco, suor ou enzimas pancreáticas) mais espessas e de difícil eliminação.
Sintomas
A fibrose cística afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas.
A obstrução dos ductos pancreáticos pela secreção mais viscosa impede que as enzimas digestivas sejam lançadas no intestino. O paciente tem má absorção de nutrientes e não ganha peso, apesar de alimentar-se bem. Apresenta também maior número de evacuações diárias e elimina fezes volumosas, com odor forte e gordurosas.
Essa obstrução por secreção mais espessa também pode acometer os ductos biliares. A bile retida no fígado favorece a instalação de um processo inflamatório.
Entretanto, o aparelho respiratório é a área mais delicada da doença. O pulmão produz muco espesso que pode ficar retido nas vias aéreas e ser invadido por bactérias. Outros sintomas são tosse com secreção produtiva, pneumonias de repetição, bronquite crônica.
A alteração do transporte iônico nas glândulas sudoríparas compromete a reabsorção de cloro. Níveis aumentados de cloro ajudam a reter água e sódio o que deixa o suor mais salgado.
Mulheres portadoras de fibrose cística têm mais dificuldade para engravidar porque o muco cervical mais espesso dificulta a passagem dos espermatozóides. Já 98% dos homens são estéreis, embora tenham desempenho e potência sexual absolutamente normais.
Diagnóstico
* Teste do suor: é específico para diagnóstico de fibrose cística. Níveis de cloro superiores a 60 milimoles por litro, em duas dosagens, associados a quadro clínico característico, indicam que a pessoa é portadora da doença;
* Teste do pezinho: feito rotineiramente nas maternidades para três doenças congênitas, deve incluir a triagem para fibrose cística. Embora existam falsos positivos, resultado positivo é sinal de alerta que não deve ser desprezado;
* Nos recém-nascidos, a fibrose cística pode provocar obstrução ileomeconial. Portanto, se a criança não eliminar naturalmente mecônio nas primeiras 24, 48 horas de vida, é preciso dar continuidade à investigação;
* Teste genético: identifica apenas os tipos mais freqüentes da doença, porque as mutações do gene são muitas e os kits, padronizados. Mesmo assim, esse teste cobre aproximadamente 80% dos casos.
Prevalência
Vinte por cento da população são portadores assintomáticos do gene da fibrose cística, uma doença que acomete mais os brancos puros, é mais rara nos negros e muito rara nos orientais. Em países de grande miscigenação racial, a enfermidade pode manifestar-se em todo o tipo de população, mais cedo se o espectro das mutações do gene for mais grave e, mais tardiamente, se for mais leve.
Tratamento
É fundamental para o tratamento da fibrose cística, além de garantir a reidratação e a reposição de sódio, especialmente nos dias de calor:
* Boa nutrição do paciente, por meio de dieta rica em calorias sem restrição de gorduras;
* Suplementação de enzimas pancreáticas para auxiliar a digestão;
* Reposição das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K;
* Inalações diárias com soro fisiológico, broncodilatadores ou mucolíticos, conforme as características da secreção;
* Fisioterapia respiratória para facilitar a higiene dos pulmões e evitar infecções;
* Prescrição de antibióticos em casa ou no hospital, nos casos mais graves.
O tratamento de fibrose cística evolui bastante nas últimas décadas. Isso garante aos pacientes vida mais longa e de boa qualidade.
Recomendações
* Procure afastar qualquer indício de sentimento de culpa se seu filho for portador de fibrose cística. Você é tão culpado por ter-lhe transmitido esse gene quanto por ter transmitido o gene que lhe deu a cor dos olhos ou o tom da pele;
* Verifique se o teste do pezinho inclui a triagem para a fibrose cística, quando nascer uma criança em sua família;
* Esteja atento à boa nutrição do portador de fibrose cística. Paciente bem nutrido pode atingir as curvas normais de peso e altura;
* Convença o paciente a praticar atividade física. Natação, por exemplo, ajuda a trabalhar a musculatura da caixa torácica;
* Não se esqueça de que os portadores da doença, desde que adequadamente tratados, conseguem levar vida normal e de boa qualidade.

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