terça-feira, 28 de agosto de 2012

Além do argan: maciez e renovação com óleos para cabelos!


Óleos levam nutrientes aos fios, contribuindo com a sua saúde e o crescimento, e ajudam a diminuir o frizz e dar brilho, mas não substituem a hidratação.

Proveniente de uma árvore típica do Marrocos, o óleo de argan se tornou uma febre no último ano. Produtos com o ingrediente, que é rico em vitaminas A, D e E, em ômega 3 e 6, tem ação antioxidante e pode ser usado em todos os tipos de cabelo, lotaram as prateleiras das farmácias, supermercados e salões de beleza, conquistando consumidoras fiéis.
Mas não é só do óleo de argan que os fios podem se beneficiar. Com o seu sucesso, abriu-se espaço para que outros óleos, tão benéficos quanto ele, tornassem-se queridinhos de quem está sempre atento ao brilho e à hidratação dos fios. Com uma boa quantidade de nutrientes e ácidos graxos, o óleo de coco, por exemplo, proporciona mais vitalidade e elasticidade, enquanto o monoi, originário de uma flor do Taiti, a Tiare, age nos fios de forma reparadora, umectante e emoliente.
  
Os óleos deixam os cabelos mais brilhantes, sedosos e maleáveis.
Rodrigo Ferreira, cabeleireiro do Studio W Higienópolis, também cita o ojon, óleo-sensação que, segundo ele, é rico em lipídios essenciais similares aos que constituem o cabelo, o que faz com que penetre facilmente na fibra capilar. “Por isso, tem a capacidade de hidratar e regenerar os cabelos secos e danificados.” Outro óleo bem comum é o de rícino, derivado da mamona, que ajuda a combater a caspa e fortalece os fios, ajudando no crescimento do cabelo. Por isso, é importante ter em mente o que procura na hora de comprar o seu óleo.
A variedade de bons óleos deve ser aproveitada, claro, mas com alguns cuidados, alerta Cris Dios, cosmetóloga, tricologista e proprietária do salão Laces and Hair. “Cada óleo tem suas propriedades: de hidratação, reconstrução etc. Para tratamento, é preciso ter cuidado para que seja um óleo puro, que o cabelo consiga absorver. Tem de comprar produtos que sejam 100%”, diz.
O uso dos óleos, independentemente de qual seja o seu tipo, é indicado a qualquer pessoa. Donas de cabelos mistos, normais, secos e até oleosos podem introduzir o seu produto preferido à rotina de beleza. João Carlos Pereira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da International Society Hair Restoration, explica: “O tratamento capilar à base de óleos pode ser feito por todos, desde que sejam tomadas as devidas precauções. A forma de utilização varia de acordo com a necessidade e o tipo de cabelo de cada um. No caso dos cabelos oleosos, use-os uma vez por semana, já se o cabelo for muito seco e danificado, duas vezes”.
MODO DE USAR 
As maneiras de usá-los são muitas: misturar um pouquinho a uma máscara de tratamento ou ao condicionador, aplicar como leave-in e até antes de dormir são as mais conhecidas. Cris dá algumas dicas: “Pode-se pegar uma porção de máscara de tratamento e colocar umas cinco ou seis gotinhas. Daí lava o cabelo normalmente, aplica a mistura e deixa agir. Como hidratação noturna, quatro ou cinco gotinhas podem ser usadas antes de ir dormir. Eu também uso muito na tintura do cabelo, para proteger o couro cabeludo na hora da química”. Pereira ressalta que “quanto mais tempo deixar o óleo no seu cabelo, melhor será a absorção”.

Na hora de aplicar, mantenha o óleo longe da raiz, aconselha a dermatologista Flavia Sternberg, responsável pelo ambulatório de distúrbios do cabelo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): “O uso excessivo perto do couro cabeludo pode agravar um caso de dermatite seborreica em pessoas pré-dispostas”. Ou seja, além de deixar a raiz com um aspecto oleoso e o cabelo com cara de sujo, tem a chance de facilitar o surgimento de espinhas na região. O correto é aplicar apenas no comprimento e nas pontas, massageando. Passar um pente, para espalhar bem o produto, é indispensável, diz Ferreira.
Apesar dos óleos deixaram os cabelos mais sedosos e brilhantes, Ferreira explica que eles não hidratam profundamente. “Os óleos nutrem a fibra capilar, mas não devolvem a hidratação e a umidade. Isso você só consegue com tratamentos específicos. Os óleos agem como uma película protetora na fibra e podem e devem ser usados como manutenção. É um complemento da hidratação.” O dermatologista Marcelo Bellini acrescenta que os óleos funcionam como uma hidratação passiva. “Eles não têm capacidade de penetração na fibra. Ficam na superfície e encapam o fio.” Por isso, nada de substituir a hidratação pelo óleo.
É preciso ficar atento ao uso excessivo de óleos, que traz malefícios, afirma Cris Dios. “Tudo que é usado demais pode causar dano. Não dá para passar todo dia. Acredito que umas duas vezes na semana seja o suficiente.” Utilizá-los em processos térmicos, como escovação ou chapinha, exige atenção. “Se ele é puro, não pode ser passado antes desses processos, porque aí está agredindo o fio e pode até queimá-lo”, acrescenta Cris. Para processos térmicos, os óleos mais indicados são os cosméticos.
ÓLEOS COSMÉTICOS 
Além dos óleos puros, os cosméticos ganharam o coração das brasileiras. Mais diluídos, eles podem ser usados com uma frequência grande, explica Cris. ”É possível aplicá-los antes da escova, por exemplo, pois eles são bons para a preparação do cabelo, funcionam como leave-in. Por isso, há a possibilidade de utilizá-los dia sim, dia não ou até todo dia, no caso dos cabelos mais secos. Eles não chegam a melar os fios.”

Entre os mais queridos dos cabeleireiros está o Elixir Ultime, da Kérastase, que combina quatro óleos: argan, pracaxi, camélia e gérmen de trigo. Se o de argan todos já conhecem, o de pracaxi tem ação condicionante natural, o de camélia ajuda a reduzir as pontas duplas e o de gérmen de trigo previne a queda de cabelos. Combinados, fortalecem os fios, dando maciez e brilho e evitando o frizz.
A L’Oréal também tem uma opção, o Óleo Extraordinário Universal, que tem na fórmula seis óleos de extratos florais de petróleo – lótus, que nutre os fios; camomila, que dá brilho; matricária, que amacia e suaviza a textura; rosa, que protege contra agressões externas; linho, para hidratação; e monoi.
O Orofluido, da marca espanhola homônima, reúne os óleos de argan, de linho e de cípero, bom para deixar as madeixas mais sedosas. A fórmula fortalece os fios, dando textura e brilho. Já o K-Pak Restorative, da Joico, é bom especialmente para quem tem os cabelos pintados. Com óleo de argan, o africano maketti, bom para a hidratação, e prímula, que fortalece e previne a queda dos fios, cumpre bem a função de melhorar a hidratação e ainda tem ação antioxidante. O óleo da marca sustentável Davines aposta em urucum, elemento rico em betacaroteno, que ajuda a reestruturar os fios e tem ação anti-frizz.
Opções não faltam. Puros ou em cosméticos, os óleos tornam os fios mais saudáveis e dão fim ao desagradável frizz. Também costumam durar bastante, já que dão resultado com poucas gotinhas. O importante, destaca Cris, é “sempre procurar um óleo que tenha boa procedência”.

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