As opções são inúmeras e garantem auxiliar nos mais diversos aspectos, desde a coordenação motora e psicomotricidade até a verbalização e inteligência das crianças. Mas, será que esses brinquedos são mesmo eficientes?
"Não há nenhum modo de comprovar essa eficiência, tampouco um sistema rigoroso e unânime de classificação dos brinquedos educativos", sentencia a doutora em educação e mestre em psicologia educacional Tânia Ramos Fortuna, que também coordena o Programa de Extensão Universitária "Quem quer brincar?", da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Todo brinquedo tem potencial de ser educativo: como objeto lúdico, pode promover o desenvolvimento global ou em áreas específicas. Mas, no fundo, trata-se de uma grande "aposta".
"Por definição, o brincar é uma atividade incerta, imprevisível, sem outro fim a não ser ela mesma. Se isso, por um lado, pode ser bastante desanimador para pais, professores e mesmo fabricantes de brinquedos, desmotivando-os a usarem-nos para o ensino e a aprendizagem, por outro, é bastante estimulante para aqueles que reconhecem o caráter livre e imponderável da brincadeira", complementa Tânia.
A especialização excessiva dos brinquedos educativos está retirando o jogo de sua área natural e eliminando o prazer, a alegria e a gratuidade, elementos indispensáveis à conduta lúdica. É o que defende a pós-doutora em Educação e coordenadora do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp) da Universidade de São Paulo (USP), Tizuko Morchida Kishimoto, no artigoO Brinquedo na Educação - Considerações Históricas.
"Se quisermos aproveitar o potencial do jogo como recurso para o desenvolvimento infantil, não poderemos contrariar sua natureza, que requer a busca do prazer, a alegria, a exploração livre e o não constrangimento", indica.
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